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Pequena África no RJ: conheça a importância da cultura africana

Conheça a pequena África no RJ

Descoberta recentemente com obras para o Porto Maravilha, a Pequena África traz a enorme herança africana deixada ao Brasil depois de tanto sofrimento e opressão. Não muito conhecida por cariocas e turistas, são os bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo, ambos na região do Centro, que abrigam os monumentos. Este artigo possui o objetivo de ressaltar a importância da história negra para o Rio de Janeiro. Inclusive, foi em um dos pontos da Pequena África que o samba começou a ser construído. Atente-se às informações!

Importância da Pequena África, hoje, para o Rio de Janeiro

Origem

Até meados do século XVIII, os escravos eram desembarcados no Porto da Praça XV, Centro, local que endereça o Paço Imperial. Porém, a alta sociedade carioca que frequentava o local começou a se incomodar com a presença dos escravos. Com medo de pegar doenças com o tráfico explícito de pessoas, essa atividade foi transferida para o Valongo, antes da urbanização chegar.

Agora Cais do Valongo, os escravos que morriam antes de aportarem eram jogados no que hoje é reconhecido como Cemitério dos Pretos Novos. Os que sobreviviam iam para as Casas de Engorda para que pudessem ser preparados para o Mercado de Escravos.

Importância

De origem pesada, a Pequena África é o local onde se localizam as principais marcas deixadas pela história dos negros no Rio de Janeiro. Hoje, ganhando reconhecimento de forma gradativa, o passeio proporciona reflexões às pautas que estão em voga até a atualidade.

Do comércio ilegal de escravos, passando por aqueles que chegaram da Bahia construindo casas simples, templos e espaços artísticos, a identidade cultural firmou-se. Mesmo com a tentativa de maquiar a nível europeu pela elite, a cidade, hoje, tenta recuperar o que por muitos anos foi apagado. A cultura negra carioca.

Guia: como conhecer a Pequena África?

Mercado de escravos

O passeio pela Pequena África começa no Museu de Arte do Rio, o MAR, para onde o acesso ao Largo de São Francisco da Prainha é fácil. Por lá, acontecia o mercado de escravos da região do Valongo.

Pedra do Sal

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Berço do samba, o local era usado por escravos para descarregar o sal. Nas décadas de 1910 e 1920, os músicos se reuniam para elaborarem o que hoje é conhecido e aclamado pelo mundo inteiro: o samba. Até hoje acontecem rodas de samba e espaços de conversação informal sobre a importância quilombola enraizada ali.

Cais do Valongo / Cais da Imperatriz

Como dito anteriormente, o Cais do Valongo foi construído para a entrada de escravos no país. Foram mais de um milhão de pessoas trazidas à força em condições desumanas e obrigadas a exercerem serviços à alta sociedade. Com o comércio de escravos proibido, ele foi reconstruído para receber a princesa Tereza Cristina em 1843, então noiva de D. Pedro II. O cais foi aterrado durante o século passado, revelado apenas nas escavações para a construção do Porto Maravilha.

Jardins suspensos

Para a reconstrução do Cais da Imperatriz, algumas estátuas representando deusas romanas foram construídas. Depois, foram transferidas para o Jardim Suspenso do Valongo, elaborado na tentativa de embelezar a cidade e “apagar” o passado. Na Rua Camerino, antiga Rua do Valongo, existiam lojas para comercialização de escravos. Essa história, inclusive, por muitos anos, foi maquiada com projetos, como o jardim.

Cemitério dos Pretos Novos

O Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos já aparecia em mapas antigos do Rio. Com o passar dos anos, também foi maquiado e apagado. Cerca de 30 mil homens e mulheres que morreram durante a viagem forçada ao Brasil tiveram os ossos incinerados e esmagados e, depois, jogados em qualquer vala.

Fechado em 1831, o espaço foi redescoberto por um casal em 1996, quando decidiram reformar a casa e acharam ossos embaixo do espaço. Em 2005, foi fundado como o que hoje divulga a história dos que foram enterrados ali.

Morro da Conceição

Dentre esses lugares supracitados, está o Morro da Conceição. Nele, se concentram ateliês, casas simpáticas e vista para o Morro da Providência, primeira comunidade do Brasil. Aos seus pés, está a Pedra do Sal. Na subida, os Jardins Suspensos do Valongo continuam a história.

O Rio de Janeiro com outro olhar

Ter uma visão diferenciada do Rio de Janeiro, narrada por aqueles que mais sofreram nas mãos dos governos passados, é uma experiência empírica. Não deixe de visitar a Pequena África e comentar com amigos e parentes, afinal, disseminar essa história é essencial. Em busca de manter viva a cultura negra carioca, a Rede Rio Hotéis possui hotéis no Centro e no Porto Maravilha.

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